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FORMAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E COLONIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
FORMAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E COLONIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

 

 Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, n. 35, v.1, p. 4-23, jan./jul.2013

 

 FORMAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E COLONIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TUNEIRAS DO OESTE (PR) BRASIL

FORMATION SOCIO-SPATIAL AND COLONIZATION OF TUNEIRAS DO OESTE MUNICIPALITY(PR) BRAZIL

Marcos Clair Bovo

Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá, Doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista – UNESP, Líder do Grupo de Estudos Urbanos da FECILCAM – GEURFU Universidade Estadual do Paraná – Campus de Campo Mourão, Professor Adjunto do Departamento de Geografia da FECILCAM.

E-mail: mcbovo@yahoo.com

Ricardo Luiz Töws

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PGE/UEM)

Bolsista Capes/UEM Instituto Federal do Paraná (Campus Londrina)

E-mail: ricardotows@gmail.com

Cíntia Silvia Carvalho

Graduada em Geografia Pela FECILCAM

Bolsista Fundação Araucária, Membro do Grupo de Estudos Urbanos da FECILCAM Universidade Estadual do Paraná – Campus de Campo Mourão

E-mail: cíntia.silva-carvalho@hotmail.com

Resumo: O presente artigo evidencia os fatores preponderantes para a formação sócio-espacial do município de Tuneiras do Oeste (PR), bem como o processo de colonização. Constitui-se de uma análise, frente ao levantamento histórico, dos fatores que proporcionaram a ocupação da região, e seus reflexos na organização geográfica da área em estudo. Para tanto, os instrumentos metodológicos selecionados para esta pesquisa foram as entrevistas e a fotografia, que possibilitaram a caracterização da formação do município por meio dos próprios personagens do período, os pioneiros, além da visualização das transformações do espaço geográfico por meio das fotografias antigas fornecidas pelos próprios colonizadores. Pretende-se, com estes relatos e informações preciosas acerca do período de colonização do município, criar um acervo histórico para o conhecimento dos moradores e demais estudiosos, tornando-se fontes históricas também para as futuras gerações.

Palavras-Chave: processo de colonização; fotografia; história oral; formação sócio-espacial.

Introdução

Estudos de pertinência histórica requerem, a priori, o envolvimento de fatos e acontecimentos de uma determinada localidade que, ao longo dos anos, tornaram-se referência para a caracterização do lugar e criação de sua identidade, que é visível na relação entre a população e suas materialidades no espaço geográfico. Por ora, o conhecimento da história dos pioneiros é essencial para resgatar peculiaridades da formação de uma região, pois permite vislumbrar as transformações ocorridas no espaço geográfico durante o decorrer das gerações.

Para a realização desta pesquisa, pauta-se nos conceitos de colonização e formação sócio-espacial, pois a explicação da realidade em voga e sua respectiva análise só acontece a partir de categorias analíticas. Para esse entendimento, nos baseamos nos conceitos para a construção dos procedimentos de investigação.

Nesse contexto, a presente pesquisa1 tem como recorte geográfico a área que perfaz o Município de Tuneiras do Oeste (figura 1), localizado na mesorregião Noroeste do Paraná, no terceiro planalto e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011), nas coordenadas geográficas correspondentes à Latitude 24°27'' S e Longitude 53º 27'' W. Situa-se entre os rios Piquirí e Ivaí, na bacia do Rio Paraná, e faz divisa com os municípios de Tapejara ao norte, Moreira Sales, Farol e Janiópolis ao sul, Araruna e Cianorte a leste, e Cruzeiro do Oeste a oeste

Conforme o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES, 2011), este município possui uma área de 698,433 km2, estando a 502 metros acima do nível do mar. A população era de 8.695 mil habitantes, com uma densidade demográfica de 12,41 hab/km² (IPARDES, 2011).

O desenvolvimento e a formação sócio-espacial do município de Tuneiras do Oeste têm como base o processo de colonização que ocorreu na mesorregião Noroeste do Paraná. No referido processo, as atividades primárias estiveram ligadas à agricultura, que, por sua vez, priorizava o cultivo do café. Contudo, o desenrolar da ocupação desta área se deu de forma desigual.

Frente a uma ocupação em busca de legalização das terras por interesses governamentais, há uma carência de informações referentes ao desenvolvimento histórico bem como de formação sócio-espacial, resultado de escassez de informações ofertadas pelos órgãos públicos.

Por ora, os objetivos inerentes a essa temática residem na necessidade de realizar um levantamento dessa formação, a partir da seguinte metodologia: a] relatos dos colonizadores por meio de entrevistas; b] visualizações históricas oferecida pelas fotografias antigas que se tornaram suporte para a interpretação dos fatos ocorridos nos anos iniciais.

Perante essas considerações preliminares, salienta-se que esta pesquisa está sendo motivada pelo anseio de apresentar os aspectos relevantes que envolveram a colonização da área estudada por meio dos próprios colonizadores, personagens principais deste período histórico, dos quais buscou-se investigar e registrar os relatos sobre o período de ocupação da área; além disso, a pesquisa apresenta as características das formas de produção humana adotadas para a sobrevivência que influenciaram no desenvolvimento sócio-espacial do município de Tuneiras do Oeste.

Para a realização da pesquisa, os procedimentos metodológicos começaram pelo levantamento das informações disponíveis sobre Tuneiras do Oeste e sobre a colonização da área do estado do Paraná em que o município está localizado, que subsidiaram a elaboração do roteiro de entrevistas com os pioneiros.

Não obstante, esse procedimento permite ainda arquivar as informações coletadas para posteriormente constituir um documento de caráter científico, que contribuirá para o conhecimento da população local e demais interessados. Como ressalta José Carlos Sebe Bom Meihy (1996, p. 13), a “história oral é um recurso moderno usado para a elaboração de documentos, arquivamento de estudos referentes à vida social das pessoas. Ela é sempre uma história do tempo presente e também como história viva”. Complementa Freitas (2002, p. 6): “A História Oral tem como principal finalidade criar fontes históricas. Portanto, essa documentação deve ser armazenada, conservada, e sua abordagem inicial deve partir do estabelecimento preciso dos objetivos da pesquisa”.

Por meio desta metodologia, estabeleceu-se contato direto com os pioneiros, na busca de informações diversas sobre momentos históricos diferentes, de acordo com o contexto de cada família e período em que ocuparam a área em estudo. O instrumento empregado para a coleta de informações foi a entrevista.

Para a complementação da análise dessas informações concedidas pelos pioneiros, fez-se uso, também, da fotografia, como uma das possibilidades de fonte de pesquisa para análise espacial. Por intermédio destas, verificou-se as formas e conteúdo do espaço nos primeiros anos de ocupação populacional da área, bem como as transformações ocorridas ao longo do tempo, a partir das práticas produtivas desenvolvidas pela população, além das novas formas de ocupação e a criação do primeiro centro urbano.

As Fotografias, para Boris Kossoy, são consideradas como:

[...] uma possibilidade de investigação e descoberta que promete frutos na medida em que se tenta sistematizar suas informações, estabelecer metodologias adequadas de pesquisa e análise para a decifração de seus conteúdos e, por consequência, da realidade que os originou (KOSSOY, 1989, p. 32).

A autora Ana Maria Mauad ressalta que a fotografia, assim compreendida, deixa de ser uma imagem retida no passado para se tornar uma mensagem que se processa através do tempo (1990, p. 19). Além disso, destaca que:

[...] entre o sujeito que olha e a imagem que elabora há muito mais que os olhos podem ver. A fotografia - para além da sua gênese automática, ultrapassando a idéia de análogon da realidade - é uma elaboração do vivido, o resultado de um ato de investimento de sentido, ou ainda uma leitura do real realizada mediante o recurso a uma série de regras que envolvem, inclusive, o controle de um determinado saber de ordem técnica (MAUAD, 1990, p. 3).

A partir dessas considerações, verifica-se que a fotografia permite a interpretação de fatos que vão além da simples observação humana, representando as entrelinhas de um contexto histórico que se reproduz ao longo dos anos.

A autora Zita Rosane Possamai corrobora essa análise, apontando a fotografia como fonte preciosa para a interpretação de fatos passados:

As imagens visuais são portadoras daqueles elementos que se aproximam mais do sonho, da imaginação e das sensibilidades. Moldadas pelas configurações históricas e sociais de sua produção, suas intenções ultrapassam o desejado no momento de sua elaboração pelas múltiplas possibilidades que são oferecidas pelo ato de olhar. Como representações do real, as imagens visuais constroem hierarquias, visões de mundo, crenças e utopias e, neste sentido, podem constituir-se em fontes preciosas para a compreensão do passado (POSSAMAI, 2008, p. 2).

Contudo, a fotografia enfrentou barreiras até se tornar fonte metodológica de pesquisa entre os historiadores, e diga-se de passagem, entre os demais pesquisadores, necessitando de interessados para apresentar sua importância nos registros históricos. Assim, desde a sua descoberta até a atualidade, a fotografia acompanhou o mundo contemporâneo, registrando os fatos históricos por meio de imagens, na qual buscou minutar esta história constituída de múltiplos eventos, feita tanto por personalidades mundiais quanto por gente anônima, por lugares exóticos e pela intimidade doméstica (MAUAD, 1990).

Com isso, pode-se, através de sua trajetória, adquirir o “testemunho da verdade”, como destacado por Kossoy (1999), e alcançar, de certa forma, status de credibilidade. De um lado, a fotografia tem um valor que proporciona fragmentos visuais que informam as várias atividades corriqueiras humanas e da Natureza, e de outro, ela sempre prestou e sempre prestará aos mais diferentes interesses de usos dirigidos (KOSSOY, 1999).

O mesmo autor destaca que as imagens fotográficas, no entanto, não se esgotam em si mesmas, pois tornam-se ponto de partida para o processo de desvendamento do passado: por meio delas, é possível ver o fragmento de fatos, pessoas, acontecimentos, tal como foram congelados num dado momento de sua existência ou ocorrência (KOSSOY, 1999, p. 21).

É por essa importância metodológica que se utilizou da fotografia para a realização da presente pesquisa. Fazendo uso das imagens antigas, pode-se retratar o contexto de ocupação da área e desenvolvimento da cidade de Tuneiras do Oeste, do inicio de sua formação até a atualidade.

A priori, foram entrevistados seis pioneiros, os quais expuseram os fatos que envolveram a ocupação da cidade, além de caracterizar a região pela preponderância das atividades agrícolas e as primeiras instalações comerciais. Após a filmagem das entrevistas, todas as informações foram armazenadas para o processo de acervamento, juntamente com a cópia das fotografias.

Neste contexto, é por meio dos elementos encontrados nas fotografias antigas que se pode representar os fatos do passado relatados pelos colonos nos seus relatos fornecidos nas entrevistas. Logo, os dois procedimentos selecionados para o encaminhamento da pesquisa estabelecem conexão no fornecimento de informações, enriquecendo a análise do contexto histórico e da formação sócio-espacial por meio da interferência humana.

Reflexão conceitual sobre a Colonização e Formação Sócio-espacial

As abordagens adotadas pelas vertentes de reflexão teórica da Geografia, para conceituar a colonização, remetem-nos à compreensão das análises realizadas por alguns autores que salientam as particularidades dos fenômenos que influenciam nesse processo histórico. Em um segundo momento, é necessário abordamos o conceito de formação sócio-espacial.

Para os autores Considera, Silva e Tavares (1972) destacam que, nas entrelinhas da conceituação, a colonização confunde-se com o processo de ocupação:

Tomamos a colonização num sentido amplo, seu conceito confunde-se com povoamento, isto é, o processo de ocupação e valorização de uma área.

área realizado por indivíduos provenientes de fora. Num sentido mais restrito, colonização é o povoamento procedido de planejamento governamental ou privado (CONSIDERA; SILVA; TAVARES, 1972, p. 17).

Esses autores também salientam que a colonização conduz, por meio de atividades produtivas agrícolas, à formação de pequenas propriedades:

Nos casos em que as atividades agrícolas constituem o objeto da ocupação da área a colonização pode dar origens a um conjunto de pequenas propriedades, desde que a área que cada unidade familiar pode ocupar seja limitada, ou então ensejar o aparecimento de um conjunto de plantation, se não houver limite prefixado para a ocupação da terra (CONSIDERA; SILVA; TAVARES, p. 17-18, 1972).

Contudo, reforça Yokoo (2002, p. 17) que a colonização vai além de propiciar a ocupação de um espaço geográfico, tornando-se consequência de uma dinâmica externa e interna, promovida por um movimento migratório, que pode ser oriundo de fora da região ou do interior do próprio país. Mas faz-se necessário, segundo o autor, distinguir migração e colonização, pois são caracterizados como conceitos associados, mas com particularidades específicas.

Outros fatores podem influenciar no processo de colonização, tais como a dimensão temporal e espacial:

A dimensão temporal (cronológica) está associada ao processo histórico, ou seja, ao processo de expropriação dos camponeses-colonos de uma determina região ou país. Geralmente essa expropriação ocorre pelo surgimento de minifúndios, daí o direcionamento de uma política de colonização com o intuito de transferir a população excedente para novas regiões desocupadas ou parcialmente ocupadas. Enquanto que a dimensão espacial se refere ao espaço (território) de origem e destino dos agrupamentos humanos de colonizadores, isto é, qual é a nova relação que os colonos mais terão com o meio natural das terras novas que serão objeto de colonização (YOKOO, 2002, p.18-19).

O autor enfatiza ainda o direcionamento de uma política de colonização, ou seja, apresenta um agente que propicia a formação de núcleos de povoamento.

Para Haracenko (2002), o Estado influencia no processo de colonização. Frente aos interesses capitalistas, o mesmo conduz o deslocamento de parte da população para áreas estratégicas, com o intuito de ocupação. Tais áreas, posteriormente, tornar-se-ão propriedade do governo para exprimir seus interesses:

A colonização sempre esteve à mercê do poder do Estado, e sempre acompanhou a estratégia para expandir o capital sobre os novos territórios. Trata-se de uma forma de produção sobre um determinado meio natural meio natural, e se tratando de um processo social, a colonização agrícola define um espaço social de conflitos, porque no interior deste, estão os grupos, as classes e as forças sociais que entram em contradições (HARACENKO, 2002, p. 37).

A ocupação da região que, posteriormente, se tornaria Tuneiras do Oeste, foi resultado das atividades cafeeiras que se estenderam para o Noroeste do estado a partir de 1950, realizada pela Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), depois denominada Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), além de destacar a colonização realizada pelo Estado (CHIES, 2007).

Todavia, na década de 1960, o setor agropecuário se desenvolveu, propiciando a formação de pastagens ao lado das grandes produções de café e dos cultivos para a sobrevivência, tais como arroz, feijão e milho. Após as produções rurais se fortalecerem, surgiram as primeiras casas de comércios estabelecidas na área central da região e, posteriormente, a igreja, escola e outros atendimentos à população (CHIES, 2007).

No que tange ao conceito de formação sócio-espacial, entendemos que, para a apreensão e a realização da leitura de determinada realidade, é necessário o respaldo em categorias de análise. Por isso, escolhemos como categoria a formação sócio-espacial, que contribuirá para o entendimento do processo de formação, colonização, ocupação e urbanização.

A referida categoria passa por diversos enfoques que podem ser adotados para sua análise: há autores, como Casaril (2008), por exemplo, que estudaram o urbano a partir da Formação Econômica e Social (FES). O entendimento da FES, segundo Casaril (2008), como parte de um processo histórico, é dada por Marx (1983 apud CASARIL, 2008), que entende o desenvolvimento da formação econômica da sociedade como um processo histórico-natural. A partir desse entendimento, para o autor, o desenvolvimento histórico e suas etapas se tornam o lugar central na interpretação das sociedades.

Outros autores, como Endlich2 (2009), se amparam na teoria de Milton Santos sobre a formação sócio-espacial. Em sua formulação, Santos considera que, se a geografia deseja interpretar o espaço humano como fato histórico, é a partir da história da sociedade mundial, aliada à da sociedade local, que se encontra o fundamento

para a compreensão da realidade espacial e de sua transformação a serviço do homem. Ele propõe uma análise geograficamente articulada entre as diversas escalas. Milton Santos deriva essa categoria da formação econômica e social da teoria marxista, expondo que ele trata da evolução diferencial da sociedade (ENDLICH, 2009).

Santos (1977) considera, portanto, a categoria de formação econômica e social a mais adequada para auxiliar a formulação de uma teoria válida do espaço. Esta categoria refere-se à evolução diferencial das sociedades, no seu quadro próprio e em relação com as forças externas, das quais, mais frequentemente, lhes provém o impulso. A base da explicação é a produção, isto é, o trabalho do homem para transformar, segundo leis historicamente determinadas, o espaço em que o grupo se confronta.

Ao refletir sobre o exposto, entendemos que o conceito é basilar para a compreensão e leitura da realidade de Tuneiras do Oeste (PR), uma vez que contribui para a interpretação dos processos de colonização e para a caracterização da formação, tanto da área intraurbana quanto das influências regionais, que remetem à ocupação, colonização e, consequentemente, à produção do espaço estudado.

A história da colonização do município de Tuneiras do Oeste (PR) contada pelos colonizadores

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011), em 1946, Jorge Lopes foi nomeado guarda florestal pelo governo do estado, instalando-se na região de Tuneiras do Oeste, que até então era caracterizada por um pequeno povoado. No início da década de 1950, famílias de posseiros refugiados e sobreviventes do Massacre de Porecatú vieram à região e ocuparam as terras devolutas cedidas pelo Estado. Estes foram seguidos por famílias provenientes de outras localidades.

Por ora, a mando do governo, algumas famílias foram impulsionadas a povoar a região em estudo, de modo que a mesma encontrava-se recoberta de vegetação nativa, havendo a necessidade de “abrir as matas” para fundar o município. Esta realidade é exposta pelo pioneiro Modesto Francisco de Carvalho3, que, em entrevista, destaca:

[...] quando foi em 52, nóis comecemo a abri Tuneira do Oeste, e tava aqui Jorge Lopes de Oliveira que é o fundador de Tuneira do Oeste aqui, e que era guarda florestal, e irmão de Servino Lopes de Oliveira, prefeito de Peabiru. Aí tava Modesto Francisco Carvalho, que sou eu, estava Bastião Roque, tava Ogênio Menês, Bastiozinho Davi, (...) e assim comecemo, abrindo... (CARVALHO, 2012).

Em conformidade com estas informações, o Sr. Milton Honorato4, em entrevista concedida, esclarece:

Eu vim pra Tuneira em 1952, 15 de abril de 52, e vim do município de Guaraçú, hoje é perto de Astorga. Tínhamo na época comprado uma propriedade, onde depois nóis derrubamo, plantamos café [...] mas quando cheguei aqui, não conhecia ninguém, não conhecia a cidade, era um povoadim pequeno, as casas que tinha aqui, com se diz, casa de barro (HONORATO, 2011).

Todavia, antes que Jorge Lopes estivesse na região a mando do Governo, o Dr. Porteba, engenheiro que veio de Ponta Grossa, já havia realizado o planejamento da área em que, segundo o mesmo, seria possível a criação da cidade e do respectivo município. De acordo com o Sr. Milton, após a localização e limitação, a área foi desmatada, e foram criadas as primeiras ruas e avenidas centrais (HONORATO, 2011).

Para elucidar o processo de criação das primeiras ruas e avenidas, cumpre esclarecer que as famílias, ao se estabelecer na região, precisaram criar vias de passagem para a população transitar no povoado formando, o que resultou na criação das mesmas, como destaca o Sr. Modesto:

[...] essa rua do posto, nóis comecemo ali. [...] Dali nós vimos até a Rua que hoje chama São Paulo, com enxadão e enxada. Aí quando foi no outro dia nóis fomo até a avenida que chama avenida União. Por que que é o nome de avenida União? Porque ajuntô o povo para trabaiá pra abrí. Aí dali nóis descemo até a rua que chama a rua Paraná. Aí dali eu trabaiei até saí a rua Cianorte (CARVALHO, 2012).

A figura 02 representa a Avenida Rio de Janeiro da cidade de Tuneiras, que no período tornou-se um dos locais de maior tráfego da população.

A figura 2 retrata a primeira Avenida Central da cidade, na qual se instalaram as primeiras casas de comércio, e onde a população mais trafegava para adquirir ou comercializar produtos. As pessoas que circulavam na área central da Avenida pertencem às famílias dos pioneiros que, aos poucos, se instalaram na região. É possível verificar as primeiras modificações no espaço a partir das casas que foram construídas ao redor da avenida, assim como os postes de madeira que serviam de apoio para a fiação de condução de energia, lembrando que o acesso a esta era restrito apenas à área que perfazia a avenida.

A respeito do nome da cidade, o mesmo surgiu a partir da existência de uma planta denominada popularmente de Tuna: “E porque Tuneiras? [...] aqui tinha muita Tuna, então tinha uma mata de uns 20 metros de tunas, e por isso foi caracterizado pelo engenheiro o nome de Tuneiras, porque tinha muita Tunas e depois colocô o nome de Tuneiras do Oeste” (HONORATO, 2011).

No que diz respeito à apropriação das terras do município, de acordo com o Sr. Milton, as mesmas pertenciam ao governo, e foram distribuídas a partir da década de 1950, sendo denominadas de terras devolutas: “Então aqui foi uma área de terra do governo, uma terra devoluta, aonde o governo veio colocando esses posseiros aqui, dando posse de terra né, onde nós mesmos compramos uma posse de terra dos pioneiro que estava aqui” (HONORATO, 2011). Por ora, um representante do governo era quem comercializava as terras: “[...] eu comprei do Jorge Lopes de Oliveira. Esse Jorge Lopes de Oliveira foi encaminhado [...] pelo governador, Moisés Lupião [...]. E informando ele sobre isso daqui, e ele veio pra cá, onde tinha esse povoado” (HONORATO, 2011).

De acordo com o Sr. Modesto Carvalho (2012), as terras no município já haviam sido “cortadas”, ou seja, demarcadas, em 1949, havendo a necessidade de comprar as propriedades no caso dos novos moradores que aos poucos foram se instalando na região.

No que concerne à demografia da área em estudo, esta era composta por imigrantes de outras cidades do Paraná: “Naquela época tinha muito pioneiro aqui que tinha vindo de Jaguapitã, Guaraci, São Paulo” (HONORATO, 2011).

Dentre os primeiros moradores que foram se instalando no município a partir de 1950, o Sr. Modesto comenta em entrevista que “foi entrando o João Catarinense, (...) Augusto Vechi, Antonio Leite Vital, que era cearense, José Rocha e foi entrando aquela turma” (CARVALHO, 2012). Estes, então, caracterizaram o município nos primeiros anos de fundação.

O professor Wilson Sidinei da Silva5 (2012), em entrevista, relata que a cidade de Tuneiras do Oeste, após seu desbravamento e fundação, chegou a contar com uma população equivalente a 30 mil habitantes, por volta de 1960 até 1965. O objetivo dessa população que se deslocava dos demais estados era obter terras, e o município possuía terras férteis e baratas no período.

A partir de 1955, os fazendeiros buscaram investir nas plantações de café na região, o que resultou no emprego de um grande contingente de mão de obra, contribuindo para o crescimento econômico do município.

Na área urbana, foram estabelecidos alguns centros comerciais, como a casa Iratí, que pertencia aos catarinenses, denominada de casa de comércio, pois no período não se aplicava o termo mercado: falava-se em uma venda; neste caso, a venda do João catarinense, que se localizava no centro, onde os pioneiros faziam suas compras (HONORATO, 2011).

O Sr. Osvaldo de Lima6, ao relatar sobre a cidade de Tuneiras no ano de 1957, destaca:

[...] chegamos aqui nessa ocasião e era uma cidade assim, pacata. Tinha poucos comércios, e tinha muito movimento de pessoal porque, se eu não estou enganado, nós chegamos com uma participação de tuneirenses, parece que 36 mil pessoas. [...] no geral o comércio era pouco e a população era rural (LIMA, 2012)

Não obstante, atrelada à criação de centros comerciais e crescimento populacional, a religião surge como uma necessidade para a manutenção dos costumes e crenças dos novos moradores. A primeira missa celebrada no município foi realizada em 1952, após a construção do cruzeiro de madeira (figura 3). De acordo com o depoimento em entrevista do Sr. Modesto Carvalho (2012), durante essa celebração, foi realizado o batizado de sua filha, por um padre procedente da cidade de Campo Mourão (PR).

A distância e a falta de estradas habilitadas para o percurso de automóveis dificultavam a locomoção de padres da cidade de Campo Mourão para a região de Tuneiras do Oeste para celebrar as missas. Dessa forma, como destaca o Sr. Modesto Carvalho (2012), após alguns anos, os padres passaram a vir da cidade de Cruzeiro do Oeste, e seu veículo de transporte era um Jipe, concedido pelo prefeito da cidade, para então fazer as celebrações na comunidade de Tuneiras do Oeste.

A figura 4 apresenta a primeira capela construída na cidade e, ao redor da mesma, os fiéis que se aproximam para realizar a celebração religiosa. Cabe destacar que, por meio desta imagem, percebe-se os sinais de materialização da ação humana, que busca sustentar suas práticas religiosas através da construção da Igreja, e que também contribui para a permanência das famílias que mantinham fielmente as práticas religiosas, sendo este um “porto seguro” para a maioria dos cristãos nesse período.

Para a comunidade local, outra instituição fundada nos anos iniciais que repercutiu em benefício à cidade foi o Sindicato Rural dos Trabalhadores. Este órgão, criado em 1969, teve como liderança o Sr. Osvaldo Lima, que, em entrevista, relatou a importância do mesmo para a criação do hospital na cidade (LIMA, 2012).

Dessa forma, o surgimento do sindicato ocorreu no período de pós-revolução de 1930, e grande parte da população teve receio de apoiar esta instituição. Todavia, nesse momento histórico, a população era predominantemente rural, e necessitava do apoio do sindicato para o desenvolvimento das atividades no campo. Assim, aos poucos, o sindicato foi conquistando os associados (LIMA, 2012).

Com relação ao atendimento de saúde, o Sr. Osvaldo destaca as condições para o atendimento da população local, que teve como apoio:

[...] o sindicato já com esta fundação no primeiro ano, havia um hospital velho, com o doutor Paulo Gozeno, muito conhecido, o primeiro médico de Tuneras do Oeste. Então compramos a unidade que havia ali e começamos a trabalhar. E esse trabalho foi continuado. [...] Então saúde em Tuneiras do Oeste, ao meu ver, depois do Dr. Paulo ficou aquém e buscar saúde tinha que ir pra Cruzeiro do Oeste, pra Cianorte, que no hospital aqui não tinha... Então quando nós começamos, nós não paramos. E com o passar do tempo, a gente resolveu fazer a ampliação daquele prédiozinho, então eu mandei fazer uma planta do novo hospital pra dar mais assistência. E eu, quando peguei esses papéis pra ir pra Curitiba, eu deparei lá com uma barreira, já a saúde não queria a divisa do hospital com, por exemplo, uma parte pública, né, mas aí depois de muitas vezes indo até Curitiba, consegui legalizar os papéis para a construção do hospital que tá até hoje aí (LIMA, 2012).

Verifica-se que o sindicato idealizou e contribuiu para a construção do Hospital Nossa Senhora das Graças, que atualmente oferece atendimento hospitalar para a população local.

Neste contexto, percebe-se que essas atividades vão aos poucos influenciando na materialização do município de Tuneiras de Oeste, o qual vai obtendo sua formação sócio-espacial por meio das práticas humanas que buscavam estabelecer centros que viessem ao encontro das necessidades da população.

Enquanto isso, nas áreas rurais do município, as famílias buscavam manter plantios de subsistência e para a comercialização. Esta era feita na cidade, normalmente nos finais de semana, quando o produtor encaminhava seus produtos ao mesmo tempo em que adquiria os demais alimentos que não eram plantados em sua propriedade.

De acordo com o Professor Wilson, o município de Tuneiras do Oeste recebeu a influência de ciclos econômicos e alguns períodos em que houve a predominância de cultivos na agricultura. Por ora, estes ciclos foram caracterizados pelo cultivo do café, do algodão, sendo este último a base econômica do município por muitos anos. Depois, a pastagem predominou na região, com a criação do gado e a produção de cana-de-açúcar. Ainda de acordo com o professor Wilson, a cana-de-açúcar “expulsou” a população da região, em virtude de a prática prejudicar a fertilidade do solo. Por ser a única atividade econômica que sustentou o município, logo as famílias que recorreram a Tuneiras em busca de terras férteis, depois da década de 1960, passaram a se locomover para outros estados em busca de oferta de emprego ou terras produtivas para a sobrevivência, resultando em uma diminuição brusca da população (SILVA, 2012).

O processo de desmembrado e elevação de categoria de distrito se deu pela Lei nº 12 de 25/04/1955, desligando Tuneiras do Oeste de Cianorte e Cruzeiro do Oeste; posteriormente, em 1960, foi elevada para o nível de município pela Lei Estadual nº 4245 de 25/07/1960 (IBGE, 2011).

Por meio destas considerações, percebe-se a importância dos fatos descritos para a contextualização da história do município de Tuneiras do Oeste. Deve-se, porém, apresentar, em última instância, o afeto assíduo da população, principalmente dos colonizadores, os personagens principais da formação histórica do município de Tuneiras do Oeste. O Sr. Modesto Carvalho, por exemplo, relata sua escolha pelo Paraná para buscar sobrevivência no período de mocidade, explicando a seu pai o interesse por esta região:

Quando eu fui a primeira vez pro Norte, meu pai perguntô: Modesto, por que que você foi prô Paraná e não pra São Paulo? Eu disse: Porque o Paraná é melhor que o São Paulo. São Paulo era bom de indústria, e eu nunca fui dessas coisas, eu gosto é de trabalhá na roça. Gosto do mato, fui criado no mato e gosto do mato. Nunca fui à escola, então eu falava pro meu pai, eu fui pro Paraná, porque lá é mior que São Paulo. E eu falo assim, quem quiser brigar comigo, fala mal do Paraná. Porque eu criei meus filhos aqui dentro, tá tudo em Foz do Iguaçú, mas assim eu gosto é de Tuneiras do Oeste (...) e até o meu lugar no cemitério já tá lá reservado (CARVALHO, 2012).

Desse modo, percebe-se a ligação desses moradores com o Paraná, em especial o município de Tuneiras do Oeste, em virtude de estabelecer neste local seus laços afetivos e construir, ao longo dos anos, suas famílias, profissão, bem como vínculos religiosos. Portanto, verifica-se que, em meio à evasão populacional destacada, os atuais moradores estabeleceram vínculo com a região, buscando manter as práticas e costumes pertencentes à sua cultura. Tais práticas resultaram na organização espacial visualizada na paisagem atual, que deve ser preservada por intermédio do poder público para resguardar seu valor histórico.

Considerações finais

Os resultados de pesquisa discutidos neste artigo permitem identificar a riqueza das possibilidades contidas nas aproximações entre as perspectivas históricas e geográficas, envolvendo o levantamento de aspectos da colonização do município por meio dos pioneiros da região. Todavia, sabe-se que a continuidade da pesquisa requer uma investigação mais abrangente dos demais fatores que envolveram o processo de colonização, bem como o estudo mais detalhado exige coleta de mais dados, para atender as necessidades da compreensão de todas as facetas e o desenrolar do contexto histórico do município.

Por ora, conclui-se que a ocupação do município de Tuneiras do Oeste se deu a partir dos interesses governamentais que buscaram impulsionar a vinda de imigrantes para realizar as práticas de desbravamento das matas, com o intuito de povoar esta área que se encontrava na região Noroeste do Paraná. Verifica-se que, a partir do desenrolar da colonização, a região da cidade ofereceu terras férteis e de alcance às famílias com baixo poder aquisitivo, tornando-se atrativo para a população, o que resultou no desenvolvimento demográfico acelerado até a década de 1960.

Todavia, as atividades agrícolas a partir deste período seguiram alguns ciclos, os quais contribuíram para uma evasão populacional, sentida atualmente pelos moradores em virtude do predomínio de cultivos voltados à cana-de-açúcar e com o insuficiente índice de instalação de porte industrial.

No que diz respeito à formação sócio-espacial, verificou-se que as marcas das atividades socioeconômicas desenvolvidas ao longo dos ciclos mencionados resultaram na construção de instituições para o benefício humano. Estas, por sua vez, também foram transformados nas últimas décadas, modificando a paisagem, impondo os traços culturais na arquitetura e colaborando para a elaboração de uma identidade local.

Portanto, ressalta-se a necessidade da preservação desses traços históricos e culturais, além de um replanejamento que atenda as necessidades atuais de ordem histórica do município, de modo que as gerações futuras possam fazer uso das informações acerca do processo de colonização.

No que concerne ao conhecimento local sobre o processo estudado, ressalta-se o engajamento desta pesquisa a uma prévia reivindicação ao poder público e comunidade em geral, para a preservação dos traços culturais e históricos que fizeram e fazem parte da organização espacial, disseminando a importância da criação de espaços de divulgação e acervo de elementos históricos e geográficos do município, que apresentem a trajetória e os fatos relevantes do contexto da formação sócio-espacial de toda a região.

A detecção de tal necessidade baseia-se no fato de, por ser uma área de colonização recente, assim como todo o Norte do Paraná, bem como por conter, em toda a região, instituições de ensino e pesquisa que se preocupam com a temática, ainda ser possível produzir trabalhos e pesquisas dessa natureza, visando, além do levantamento e análise de informações históricas e geográficas, também a contribuição com as políticas públicas e instrumentos de planejamento urbano-regionais requeridos pela legislação e pelas necessidades atuais.

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